A atriz e cantora Encarnita Polo, ícone da cultura pop na Espanha, morreu na última sexta-feira (14), na casa de idosos onde morava em Ávila, a 100 km de Madrid. A principal suspeita é que a artista de 86 anos tenha sido assassinada por um dos colegas de residência.
Segundo os primeiros testemunhos, funcionários do local correram para o quarto de Encarnita após ouvirem gritos e pancadas. Quando entraram no quarto, encontraram a cantora no chão, já rígida, com o agressor em cima dela.
O homem, de 68 anos, estava apenas há dois dias na casa de repouso e não tinha histórico prévio de violência. Ele sofre de demência, estava internado na ala psiquiátrica e ainda estava na fase de ajustes de medicação. A principal hipótese é de que ele teve um surto psicótico.
Agora, a Polícia tenta entender como o idoso fugiu da ala psiquiátrica rumo ao quarto de Encarnita. O homem está sob custódia da Polícia Nacional espanhola.
Em comunicado divulgado à imprensa, a filha da cantora pediu privacidade e disse que não dará mais declarações. "Para muitos, ela foi uma cantora e atriz inesquecível, uma pioneira do flamenco-pop cuja voz e personalidade influenciaram várias gerações. Mas para mim, ela foi, acima de tudo, minha mãe: uma mulher forte, alegre e com um caráter único."
Encarnita iniciou a carreira com apenas 10 anos como cantora de rádio e conquistou o sucesso na década de 1960. Nesta época, gravou a faixa “Sobre la Playa (La bossa nova de Brasil)”, no auge da expansão internacional do gênero. Seu maior hit foi “Paco, Paco, Paco”.
Depois dos anos 1970, Encarnita não conseguiu repetir o mesmo sucesso e seus últimos anos foram marcados por turbulências. Em 2012, perdeu mais de 70 mil euros, o equivalente a R$ 400 mil, em um golpe bancário. O dinheiro seria destinado para sua aposentadoria, já que, na época, sua renda mensal era de apenas 900 euros. Nove anos depois, a artista descobriu um câncer de mama.